Conto - Naquele Dia de Chuva

Era cerca de 11:37 quando começou a chover e todo o meu animo para fazer algo a tarde foi embora junto com meu suspiro. Aquela aula de Matemática estava me matando! Eu não queria saber de fazer aquelas equações, fatorações e tudo mais que estivesse escrito naquele maldito quadro negro! Sim, eu estava de mau humor, MUITO mau humor. E com aquela fome que eu estava qualquer um que falasse alguma gracinha pra mim corria grande risco de levar um soco na cara ou um chute nas partes baixas. Bom, esclarecendo tudo isso: aquele não era um bom momento pra qualquer coisa, e aquela chuva... AAAHHH! Não é que eu não goste da chuva, mas ela estragou todos os meus queridos planos para a tarde daquele dia e isso me decepcionou. Ao ouvir o sinal tocar me senti como uma escrava que acabava de ser libertada, mas sabia que teria que retornar a sua cela no dia seguinte. Demorei um pouco para guarda o material e enquanto todos saiam, ficava apenas eu e ele na sala... Aquilo já estava me causando um sério problema chamado “suor frio”. Peguei meu guarda-chuva azul marinho com bolinhas, também nas cores azuis, e saí da sala de aula. Andei pelos corredores coloridos da escola até chegar ao portão, onde abri meu guarda-chuva e aos ouvir passos atrás de mim, por puro instinto, me virei para trás e o vi. O seu cabelo encaracolado não estava tão bagunçado como de costume e até que ele não ficava feio com a camiseta azul do uniforme escolar que éramos obrigados a usar.

– Quer uma carona? – Disse, me referindo ao guarda-chuva.

– Claro. – Ele respondeu com um sorriso no rosto, já entrando para baixo do guarda-chuva.

Eu admito: é estranho ficar colada em um garoto, quer dizer, literalmente colada! Estávamos bem próximos por que meu guarda-chuva era pequeno e eu sempre costumava ir para a casa sozinha, então, para mim, não é normal dividir um guarda-chuva com alguém na volta para a casa. Eu estava com vergonha de falar com ele, não é muito comum eu falar com garotos, ainda mais garotos com eles: um dos mais bonitos da sala e, por um milagre dos deuses, não tem namorada. Se bem que a escola toda estava comentando sobre um rolo dele com a garota de cabelo bordo da outra sala, mas isso não vem ao caso. Ao chegarmos na esquina, senti que os meus 15 minutos de fama tinham acabado. Meus pensamentos estavam a mil e as únicas palavras que saíram da minha boca foram:

– Você vai seguir reto?

Eu morava no topo de uma lomba, uma lomba ENORME. Descendo a lomba, virando á direita e subindo a segunda lomba era a rua dele. Ele demoraria menos de 5 minutos até chegar em casa, porém, se ele me acompanhasse demoraria cerca de 10 minutos ou talvez mais para ele chegar em casa. Olhem só os meus pensamentos impossíveis: quem em são consciência me levaria até em casa? Meu subconsciente gritava, ou melhor, berra: "Alô, a Terra está chamando você! Pare de ler contos de fadas e volte á realidade: ele não vai levar você até a sua casa, ainda mais com essa chuva!"

– Não, vou subir a lomba. – Meu coração deu um salto. – Vou levar você até em casa.

AHÁH! 1 para minha pessoa e 0 para o meu subconsciente! Quem está rindo agora, babaca? O.k, eu estou brigando com o meu próprio subconsciente, então isso quer dizer que eu mesma estou me xingando! Isso não é possível! Quer saber? Deixa pra lá!

– Chuva chata, né? – Tentei puxar assunto.
– Verdade. Ainda mais que molha todos os nossos tênis. – Tive que concordar com o que ele disse.
– Nem me diga! Essas chuvas estão acabando com os meus tênis – Olhei para o meu All Star preto com algumas caveirinhas prateadas que não estavam desgastavas... Ele estava completamente úmido e os meus pés estavam frios como pedras de gelo. – e nem dá tempo para limpar.
– É mesmo, por isso eu estou sempre de chuteiras. – Olhei para as suas chuteiras pretas. – Na maioria das vezes, é só passar um pano que fica mais limpo.
– Com esse tempo os meus tênis nem secam! E ás vezes, a minha mãe tem que colocar o meu uniforme para secar atrás da geladeira e recolhe de manhã.
– Sério? Minha mãe também faz isso ás vezes. – Ele respondeu e nós dois rimos.
– Ai, ai. Pensei que eu fosse a única. – Sorri.

Olhei para frente e, sem perceber, já estava quase nos portões da minha casa. Desejei poder voltar no tempo para poder conversar mais com ele, mas depois disso esse momento só viveria nas minhas memórias.

– Vai na aula amanhã? - Perguntei.
– Vou, e você?
– Também. – Disse. – Não quer que eu te leve para a casa? Você vai se molhar e pode acabar ficando gripado.
– Não, não precisa. Está tudo bem, eu gosto de me molhar. – Soltei uma risadinha.
– Tchau, até amanhã.
– Até amanhã. – Ele respondeu e me lançou um último sorriso antes de seguir seu caminho.

Depois que eu entrei em casa e me joguei na cama, fiquei olhando para o teto e refletindo sobre tudo o que tinha acontecido. Guarda-chuva, garoto fofo da rua de baixo, subida da lomba, tênis molhados, uniformes atrás da geladeira... Tudo isso estava cravado em minha mente. E... Eu poderia ter beijado ele. Não na boca, mas um simples beijo na bochecha, um modo fofo de dizer um "até amanhã" e até mesmo uma mensagem subliminar sussurrando bem baixinho um suave "eu te amo". Quer saber de uma coisa? Até que dias de chuva não são TÃO ruins assim.
Palavrinhas da "autora": E ai, gostaram do conto? Eu sei, isso está muito conto de fadas, né? Mas isso aconteceu de verdade comigo. Sim, um garoto super fofo que agora tem namorada me levou para a casa em um dia de chuva, nós subimos a lomba da minha casa, falamos sobre tênis molhados (os uniformes foi apenas uma coisinha que acrescentei para não faltar assunto) e eu queria mesmo dar um beijo na bochecha dele :P. Pronto, agora vocês já sabem a verdade por trás desse conto.
XOXO - Kathhi ღ 

8 comentários:

  1. Eu gostei,achei ele um pouco engraçado,mas emocionante!

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    1. Fico feliz que tenha gostado :3. Sério? Nem era para ser engraçadinho :P.
      Beijos *3*!

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  2. Nem me contou essa história, tsc tsc. Estou brincando :v
    Adorei o conto Kat :3

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    1. Ué? Você iria saber cedo ou tarde sobre isso. Ahh, e não, esse conto não aconteceu com a pessoa que você está pensando, viu? Que bom que gostou, fico feliz :3.
      Beijos *3*!

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    2. Percebi que não era com ele... Ele não tem cabelos cacheados, ou tem? Huehuehue

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    3. Não, ele não tem. Ele tem o cabelo liso (e duro de acordo com ele. Claro, né? Ontem ele passou tanta água com gel no cabelo que parecia que a cabeça dele estava "vazando" :P uashuahsuhas')

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  3. Que fofo!Que coisa mais meiga...
    "Minha mãe coloca o meu uniforme atrás de geladeira e recolhe só amanhã."
    Meu Deus,desmaiei,kkkk'
    Beijos

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    1. Obrigado, moça :3.
      aushaushauhs' Mas a minha mãe faz isso no final de semana, mas só quando está chovendo ou o tempo não está muito bom :P.
      Beijos *3*!

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